O meu carro é o melhor do mundo. E o teu?



O nosso primeiro carro é sempre o melhor do mundo. Não há desculpas nem outras opções. É assim e pronto...

Logo, todos os motivos são bons para o tirar da garagem e fazê-lo desfilar por entre as estradas ribatejanas agora mais ridentes depois do sono da invernia que já parece distante.

Quando as férias são utopia e se procura uma ideia diferente para aproveitar estes dias amenos, sair de casa rumo a qualquer destino que tenha flores nas bermas pode ser a solução mais acertada, numa serena viagem em contacto direto com as paisagens.

Em Arruda dos Vinhos, Alenquer, Sobral de Monte Agraço e até nas zonas menos citadinas de Vila Franca de Xira, tudo parece conspirar para lançar apelos aos sentidos, desde as cores festivas ao alarde da passarada, passando pela frescura das sombras que as zonas mais rurais ainda nos oferecem.

Alguns petrolheads cruzam-se connosco e é frequente o olhar curioso e o suspiro de desejo de reaver o seu também provável primeiro automóvel. É natural esse sentimento... afinal, cada quilómetro do meu percurso sinto-o como se passeasse numa obra de arte que, por sinal, também serve o propósito de me levar do sítio A para o sítio B.

Popó Joli na primavera 2019 - obra de arte urbana

Para outros apaixonados como eu pelo mundo automóvel, fica a proposta de, até domingo, dia 26, às 20h00, passar pela 8.ª edição do Salão de Automóveis e Motociclos Clássicos de Vila Franca de Xira, no Pavilhão Multiusos da cidade. 

Um dos focos da edição deste ano vai para a presença de algumas viaturas clássicas da marca Bentley, uma vez que em 2019 se assinala o centenário da marca de luxo britânica.

Na presente edição, de entrada livre, vão estar expostos diversos veículos de competição e de rallies, com especial destaque para a presença de um Alba de 1951, proveniente do Museu do Caramulo, o primeiro carro de competição de fabrico exclusivamente nacional. E dá para refletir... só nós portugueses para desperdiçarmos o que temos de bom... a quase extinta máquina atingia os 200 kms/h de velocidade máxima.

Os Alba participaram em 42 provas, conquistando 25 pódios e dez vitórias, das quais cinco foram absolutas, entre elas, a Taça Cidade do Porto, no Circuito da Boavista, em 1953 (Francisco Corte-Real Pereira) e o Rali Vinho do Porto (António Augusto Martins Pereira), em 1955. Foram fabricados apenas 3 automóveis destes na metalúrgica em Albergaria-a-Velha que, no início dos anos 50, altura em que aquela era uma grande unidade industrial.

Hoje em dia, existem apenas dois exemplares: o exposto no Museu do Caramulo desde 2006, de carroçaria creme, matrícula OT-10-54, que está já em Vila Franca; e o TN-10-82, vermelho, cuja construção, em 1953, foi financiada por Noémio Capela, que com ele apenas participou no III Rali Rainha Santa, em Coimbra, em julho de 1954, embora o tenha cedido à equipa para correr noutros eventos.

O seu motor é um Fiat de 1089 cc. Desconhece-se o que sucedeu ao terceiro Alba, de matrícula LA-11-18, de 1954, embora a convicção geral seja de que tenha sido destruído num acidente.

Encontramo-nos no Salão?

"Popó Joli - o carrinho que é um mimo" é uma criação de Daniela Azevedo

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