Schaeffler promete hibridização para todos os carros


A tecnologia mild hybrid de 48 Volt desenvolvida pela Schaeffler permite uma significativa redução dos consumos e emissões da maioria dos automóveis, de um modo simples. Esta tecnologia promete ser decisiva na popularização massiva dos híbridos, pelas vantagens que acarreta, pela sua simplicidade de funcionamento, e porque pode ser instalada em automóveis e em estruturas de produção e montagem já existentes.

A marca acredita que, deste modo, será possível comercializar modelos híbridos a preços muito competitivos.

Aproximadamente 70% das emissões globais de CO2 devem-se à combustão de combustíveis fósseis, e o setor dos transportes representa quase um quarto desse valor. Para alcançar os ambiciosos objetivos climáticos de Paris, serão necessárias, no futuro, novas tecnologias na propulsão dos veículos. A tecnologia elétrica continua a evoluir e, no ano 2030, praticamente 30% dos automóveis de turismo produzidos funcionarão com uma propulsão totalmente elétrica. Outros 30% do mercado mundial ainda serão constituídos por veículos animados unicamente por um motor de combustão. E os 40% restantes terão propulsão híbrida.

A hibridização de 48 Volt permite eletrificar plataformas convencionais, proporcionando até 20 kW de potência elétrica sem obrigar a efetuar grandes alterações para adaptar toda a arquitetura do carro. Por comparação com os sistemas híbridos de alta voltagem, a de 48 Volt oferece uma melhor relação custo-benefício. E a sua implementação técnica é simples, graças à sua conceção modular, que facilita a respetiva introdução. Existem seis níveis de hibridização de 48 Volt, que cobrem diferentes necessidades e prestações.

Nível 0

No sistema de nível 0, o motor elétrico está unido à cambota do motor de combustão através de uma correia. Com este alternador torna-se possível recuperar uma grande parte da energia cinética que se perde na travagem. Uma pequena e económica bateria de iões de lítio serve para armazenar energia. A energia recuperada pode ser utilizada para voltar a arrancar o motor no funcionamento do sistema start-stop, para manter a velocidade de cruzeiro ou para proporcionar uma aceleração adicional. A vantagem adicional desta arquitetura reside no facto de o ar condicionado continuar a funcionar com o motor de combustão desligado.

Em 2030, estima-se uma produção anual de aproximadamente 20 milhões de unidades de sistemas de nível 0.

Nível 1

A colocação do motor elétrico de 48 Volt também está na cambota, mas sem correia de acoplamento. Nesta disposição é sempre utilizado um motor síncrono de ímanes permanentes (PSM), mais compacto, e caraterizado pela sua elevada eficiência e entrega de binário. O híbrido de nível 1 alcança uma redução de consumos e emissões de CO2 de 8,5% no ciclo WLTC. E esta percentagem é bastante melhorável caso sejam otimizados ao máximo os motores de combustão, com elementos como, por exemplo, o sistema de distribuição totalmente variável UniAir e um aumento da taxa de compressão.

Nível 2

Neste nível, o motor elétrico é instalado entre o motor de combustão e a caixa de velocidades. Para propulsões frontais transversais, em que há pouco espaço disponível, a Schaeffler desenvolveu uma variante paralela ao eixo, que atua sobre o veio de entrada da caixa de velocidades através de uma correia ou corrente. O sistema permite, igualmente, recuperar a energia de travagem e conduzir de forma elétrica a velocidades reduzidas, como em engarrafamentos, a estacionar ou em manobras.

Os módulos de nível 2 da Schaeffler permitem, ainda, hibridizar de forma rentável, modelos com caixa de velocidades, abrindo caminho a esta tecnologia aos segmentos mais populares do mercado.

Nível 3

O motor elétrico é colocado na saída de transmissão, configuração válida tanto para motores e transmissões em linha, como transversais, e permite a integração de uma embraiagem multidiscos, se necessário, para uma variante de tração total. O rendimento máximo do motor elétrico refrigerado por água é de até 20 kW em modo de gerador, e entrega até 234 Nm de binário máximo em modo de tração, que se transmite numa relação de 3,9 através de uma engrenagem de planetário de estágio único. A velocidade máxima do motor elétrico é alcançada a uma velocidade do veículo de, aproximadamente, 140 km/h. Para um veículo com tração dianteira, o módulo pesa 22 kg.

Graças a este sistema, adicionado a um gerador de arranque de 12 V, as emissões de CO2 caem 15,3% por comparação com o veículo base com motor de combustão.

Nível 4

No nível 4, a transmissão do eixo traseiro é substituída por um sistema de transmissão elétrica, que complementa o motor de combustão, que atua sobre o eixo dianteiro. Assim se obtém a tração total, bem como a desconexão total do motor e transmissão convencionais do motor elétrico. Uma transmissão de duas velocidades permite que o motor elétrico se ajuste à sua configuração ideal numa multiplicidade de situações de condução. A segunda velocidade é acionada a partir dos 70 km/h e está destinada à condução interurbana e em autoestrada, focando-se exclusivamente nas funções de reforço e recuperação.

O eixo está concebido de tal modo que torna possível a condução puramente elétrica em ambiente urbano.

Nível 5

Este nível também oferece tração total, mas de um modo diferente: o propulsor e a transmissão estão alojados no cubo de cada roda de um eixo. Na tecnologia de 48 Volt, este nível apenas é válido para veículos ligeiros de apenas um passageiro.

Será desta que o Popó Joli troca as 98 octanas pela tomada?

Daniela Azevedo

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